segunda-feira, 4 de março de 2013

IPHAN reconhece falta de arqueólogos na execução de licenças. Esse problema tem causado prejuízo ao patrimônio histórico e a economia

IURI DANTAS , BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) admitiu a demora na concessão de licenças, mas atribui o problema à "escassez de mão de obra especializada na pesquisa arqueológica" e ao "aumento no número de grandes empreendimentos de infraestrutura". Ou seja, há cada vez mais obras, mas faltam profissionais e isso atrasa e prejudica a avaliação de projetos.

"Não apenas o poder público se ressente com a falta de técnicos capacitados para as pesquisas, o empresariado também tem enfrentado dificuldades para a contratação de especialistas", disse o instituto em nota encaminhada ao Estado. "Esse quadro tem gerado cerca de 40% de indeferimento dos projetos de pesquisa que chegam ao Iphan, apresentando fragilidades e inconsistências."

De acordo com o instituto, cerca de 800 processos aguardam licenciamento hoje. No ano passado, a instituição publicou 1.200 portarias de autorização de pesquisa arqueológica. "Mesmo com o grande volume de processos, o Iphan desconhece casos que estejam com demora de até 15 meses", informou.

Bahia. O instituto identificou "inconformidades técnicas" em "grande parte" dos projetos para a construção das linhas de transmissão para interligar o parque eólico da Bahia ao sistema nacional de energia. Isso provocou "o indeferimento e a devolução para as devidas adequações, provocando atrasos nas obras". "No entanto, estão todos em andamento."

Ainda na Bahia, a Instalação Compartilhada de Geração (ICG) de Igaporã teve um primeiro estudo arqueológico indeferido em novembro. Novo documento foi apresentado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em 14 de janeiro e quatro dias depois o Iphan autorizou a pesquisa. "Nesse caso, a empresa fará a prospecção arqueológica sob a fiscalização do Iphan, uma medida adotada em caráter excepcional, com o propósito de agilizar os trabalhos."

Piauí. Indagado sobre a demora no licenciamento de novas linhas de transmissão para o programa Luz Para Todos no Piauí, o Iphan informou ter detectado "destruição de um sítio arqueológico próximo à Serra da Capivara", cujo valor é inestimável. Para sanar o problema, o Iphan vai acompanhar as obras do empreendimento numa tentativa de evitar novos prejuízos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Rio Poty só se salva com 100% de esgoto tratado; entenda o caso

Fonte: 180graus net

Multiplicam-se nas redes sociais as campanhas “Salve o Poti”. A ênfase é no tratamento de esgoto, que têm de ser 100% na cidade de Teresina, a única forma de nosso rio não virar um Tietê, segundo afirmam ambientalistas da Universidade Federal do Piauí.

A responsabilidade pela poluição do Rio é da Agespisa que trata apenas 17% do esgoto da cidade. O próprio Ministério Público entrou com uma ação pedindo o cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Segundo o TAC, a Agespisa já deveria estar tratando 52% do esgoto da cidade e contar com projetos na região do Grande Dirceu, a mais poluente. Mas não está fazendo nada disso.

Mas a empresa já se mexeu e colocou em debate público um projeto de subdelegação de parte dos seus serviços. Com a ajuda da iniciativa privada, Teresina terá 100% de seu esgoto tratado em 10 anos. Só com esse índice de tratamento, o Poti voltará a ser aquele de nossas memórias, de peixes em abundância e passeios de caiaque.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Novos talentos da Literatura Piauiense

Por Clayton Ribeiro

Em "Samyra, negra como a noite", primeiro livro escrito por Valdeir Dias de Souza, jovem escritor do sul do Piauí, entramos em contato com um texto leve, interessante, sobre o encontro entre duas culturas totalmente distintas: a cultura do caboclo piauiense, um quase sertanejo, com a cultura libanesa.

Como o Piauí recebeu várias famílias libanesas, em um processo de imigração já antigo, esse enredo descrito por Valdeir Dias em "Samyra" nos remete a uma realidade próxima e factível, principalmente, em Floriano, cidade esta que tem uma tradicional colônia de libaneses. Assim, é nesse município que Valdeir Dias imaginou sua trama, sua narrativa.

A descrição da cultura libanesa por si só já merece elogios. Por meio de uma linguagem moderna, sem preconceitos, ficamos conhecendo mais sobre uma cultura milenar, mediterrânea, que trouxe tantos benefícios para o ocidente (com "o" minúsculo mesmo), ao longo de um processo secular e pouco reconhecido.

Valdeir Dias também demonstra conhecer a fundo a cultura do sertanejo, ou seja, do homem simples, que tem em seu valor moral sua maior riqueza e patrimônio. Porém, a sociedade tradicional de Floriano, e do Brasil, quiça do mundo, teima em colocar os bens materiais em um patamar muito acima do que deveria, isto é, acima dos valores morais.

Desse modo, a personagem Samyra está entre quatro mundos: entre duas culturas diferentes, assim como entre duas classes econômicas não menos distintas. Quais escolhas ela fez? Com que lado do mundo ela decidiu viver e contra quem preferiu lutar? As respostas você verá lendo o livro "Samyra, negra como a noite".


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Índia indicia cinco acusados de estuprar jovem em ônibus de Nova Déli

Fonte: Folha de S. Paulo net

As autoridades indianas indiciaram nesta quinta-feira por estupro e homicídio doloso cinco dos seis acusados de violentar uma jovem de 23 anos em um ônibus da capital Nova Déli, em 16 de dezembro. Ela morreu no sábado (29) devido aos ferimentos provocados pela ação.

O promotor responsável pelo caso, Rajiv Mohan, determinou ainda que os acusados sejam indiciados por ocultação de provas, sequestro, entre outros crimes não especificados. Caso condenados, os acusados deverão passar pela pena de morte.

Os homens processados são o motorista do ônibus Ram Singh, 33; Mukesh Singh, 26, faxineiro da empresa de transporte e irmão do condutor; Akshay Singh, 24, que também trabalhava na empresa de ônibus; o vendedor de frutas Pavan Gupta, 19, e o professor de educação física Vinay Sharma, 20.

O sexto suspeito, um adolescente de 17 anos, foi apreendido e deverá passar por uma avaliação óssea para determinar sua idade real. Caso seja confirmado como menor, ele pode ser sentenciado a até três anos de medidas socioeducativas.

Os acusados serão julgados em um tribunal especial criado para julgar crimes contra a mulher, inaugurado um dia antes da acusação. O promotor também pediu que a primeira audiência com os suspeitos, prevista para o próximo sábado (5), seja fechada.

MORTE

O estupro aconteceu na noite de 16 de dezembro, quando a jovem de 23 anos, que era estudante de fisioterapia, estava com o namorado dentro de um ônibus na parte sul de Nova Déli. Ela foi estuprada e espancada por seis homens.

A mulher morreu no último sábado (29), após ficar 13 dias no hospital, sendo três em Cingapura. Ela foi cremada na segunda (31) e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges, sagrado para os hindus, em uma pequena cerimônia com parentes.

O caso causou comoção na Índia e uma série de protestos violentos, que pediam ao governo mais rigor na punição dos casos de estupro. A conduta omissa dos policiais também foi criticada. As comemorações de Ano Novo foram canceladas em todo o país devido ao risco de mais manifestações violentas.