sábado, 7 de abril de 2012

Cai mais um mito (Parte II): a política do "café-com-leite" não resistiu...

Em terceiro lugar, a escolha do presidente da República passava pela indicação de outros estados importantes como, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e os estados do Nordeste. Ou seja, a eleição presidencial estava longe de ser decidida por apenas dois estados da federação.
Em quarto lugar, muitas vezes o candidato vencedor da eleição para presidente era a 2ª ou 3ª opção, ou seja, sempre fazia parte do jogo político certa imprevisibilidade do resultado final.
Por fim, para as oligarquias políticas e econômicas não importava muito a origem do estado do candidato, mas seu alinhamento com um determinado projeto ideológico e econômico.
E a expressão "café-com-leite", quem a inventou?
Segundo a historiadora, a expressão foi criada pela imprensa da época. A partir daí, os livros de história repetiram essa expressão...a conclusão é que somente depois de décadas e décadas alguém resolveu fazer um estudo criterioso sobre o tema!!!! Ainda bem que esse estudo foi feito por um(a) pesquisador(a) competente!!!


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cai mais um mito (Parte I): a “política do café-com-leite” não resistiu...

A historiadora mineira Cláudia Maria Ribeiro Viscardi fez um estudo minucioso das práticas oligárquicas no início do século XX, na República Velha (1889 – 1930), e chegou a resultados que mudaram a forma de se interpretar a “política do café-com-leite”.
Em primeiro lugar, não houve um acordo de longa duração entre os estados de São Paulo e Minas Gerais no sentido de escolherem o presidente do Brasil, de modo alternado, entre representantes desses dois estados. Na verdade, o pleito para a escolha do candidato à presidência começava, em média, seis meses antes de cada eleição. Assim, em cada nova eleição havia uma dinâmica diferenciada, com aliados diferentes, etc..
Em segundo lugar, os estados de São Paulo e Minas Gerais tinham interesses internos conflitantes, ligados ao setor rural e industrial. Desse modo, setores econômicos e políticos desses dois estados apoiavam candidatos distintos em cada novo pleito, de acordo com suas próprias demandas. Enfim, se internamente não havia coesão política, imagine em relação aos outros estados da federação!!!
Aguardem a segunda parte...

Título: O Teatro das Oligarquias: uma revisão da "política do café-com-leite"
Autora: Cláudia Maria Ribeiro Viscardi
376p.
2001
ESGOTADO (Existe uma nova edição FINO TRAÇO EDITORA, 45,00)



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Galileu Galilei (1564 - 1642): para conseguir uma vaga na Universidade de Pisa, Itália, teve que calcular o tamanho do Capeta e a dimensão do Inferno!!! Fiquem tranquilos, ele conseguiu a vaga...

Para conseguir um emprego como professor de matemática na prestigiada Universidade de Pisa, Galileu Galilei, matemático, teve que descrever o tamanho, o formato e a localização do inferno retratado por Dante Alighieri (1265 - 1321). O assunto era muito sério pois se acreditava que Dante, literato renascentista, estava escrevendo sobre o inferno a partir de informações a ele transmitidas diretamente por Deus.
Galileu começou estabelecendo uma relação entre o tamanho do gigante Nimrod e o braço de Lúcifer. Assim, chegou a conclusão que Lúcifer era 43 vezes maior do que a estátua de um gigante que havia na Piazza San Pedro, em Roma. Depois disso, calculou que Lúcifer media cerca de 1.800 metros de altura. Em seguida, desmonstrou que o inferno era um espaço cônico e tomava cerca 1/2 da massa da Terra, com seu vórtice no centro do planeta.
A palestra de Galileu foi um sucesso e, desse modo, ele conseguiu a vaga que havia tempos não era ocupada.
Todas essas informações foram tiradas do interessante livro do historiador Michael White, autor de Galileu Anticristo: uma biografia. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009. 334p.
Aguardem, falaremos mais desse livro por aqui...



Kurt Cobain por prof. Emanoel

Não é o Dado Dolabella, é Kurt Cobain...guitarrista e vocalista da banda Nirvana. Lembram...

Título: Kurt Cobain
produção: 1999
técnica: Lápis sobre papel sulfite A4

obrigado prof Emanoel!!!




Prof. Paulo Ferreira: Parte II - Breve histórico da capoeira no Brasil - Identidade.

Ciclo da Cana de Açúcar:
Aqui começa a história das senzalas, da escravidão e da capoeira, quando chegam os primeiros negros para serem usados no trabalho escravo. O Negro chegou para substituir o americano o “Negro da Terra”. Para a Coroa de Portugal era difícil controlar o aprisionamento e a venda do Americano, pior, o americano conhecia a região podia fugir para mata com facilidade, já o Negro era mais fácil de controlar. O comércio era feito de continente para continente de um país distante do outro lado do mar na África:

“Quando eu venho de Luanda, eu
Não venho só”.
Tony Vargas

O escravo negro não conhecia a terra e nem os dialetos falados aqui, a região, o clima, animais, plantas, nada disso ele conhecia, separado da família e dos amigos, o Negro tinha um só direito, trabalhar, trabalhar e apanhar... Nesse ambiente nasce o espírito de camaradagem entre os escravos de várias culturas diferentes e é dessa forma, dessa mistura de culturas africanas nasce a capoeira, nasceu brinquedo, dança, jogo. Ajudava os escravos matar a saudade de suas terras através da música, do batuque e das histórias contadas nas rodas era um dos poucos momentos de alegria, um dos poucos...



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Descrição do Peixe-Boi feita pelo jesuíta José de Anchieta (1534 - 1597) no século XVI

"Ha um certo peixe, a que chamamos boi marinho, os índios o denominam iguaraguâ, freqüente na Capitania do Espirito Santo e em outras localidades para o Norte, onde o frio ou não é tão
rigoroso, ou é algum tanto diminuto e menos que entre nós; é este peixe de um tamanho imenso; alimenta-se de ervas como o indicam as gramas mastigadas presas nas rochas banhadas por mangues. Excede ao boi na corpulencia; é coberto de uma pele dura, assemelhando-se na côr á do elefante; tem junto aos peitos uns como dois braços, com que nada, e embaixo deles tetas com que aleita os próprios filhos; tem a boca inteiramente semelhante á do boi". Carta de São Vicente, 1560.(Fonte: Informações, fragmentos históricos e sermões do padre José de Anchieta) Pode-se encontrar este documento no sítio www.brasiliana.usp.br/bbd.
Hoje, o peixe-boi está quase extinto. O Piauí é o Estado onde se encontra o maior número de espécimes, entre as cidades de Luís Correia (Praia do Coqueiro) e do Cajueiro da Praia, fronteira com o Ceará.




Ph.D e Doutor, qual a diferença?

Nenhuma. A expressão "Ph.D" vem de Philosophiae Doctor, ou seja, "Doutor em Filosofia"; porém, esse título (Ph.D) é conferido pelas universidades norte-americanas e inglesas a quem consegue o doutorado em qualquer área. Isso porque tradicionalmente a Filosofia era a base de toda discussão científica até, pelo menos, o Iluminismo (século XVIII). A partir daí, a Ciência passou a se fragmentar rapidamente; assim, cada área do conhecimento, agora, discute suas teorias e metodologias próprias. O ramo da Filosofia que discute o conhecimento é a "Epistemologia". Entretanto, como se viu, não são os filósofos, necessariamente, os únicos que estudam a origem, os métodos, as teorias e a validade do conhecimento científico.

Por que existe o costume de se levantar a mulher na noite de núpcias?

Esse costume é antigo e já era comum entre os romanos da antiguidade. O ritual tinha relação com a "religião doméstica", ou seja, do culto aos antepassados familiares (manes). Assim, quando uma moça casava, automaticamente, desligava-se do culto dos seus antepassados para ingressar na religião do marido. Desse modo, o ato de levantar a mulher, realizado pelo marido, representava essa ação radical; enfim, era como raptá-la da sua família e dos seus antepassados. (Fonte: COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga)



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Prof. Paulo Ferreira - Parte I: Breve histórico da Capoeira no Brasil – Identidade; "Una breve historia de la capoeira en Brasil – Identidad"; "A brief history of Capoeira in Brazil – Identity".

Ao abordarmos a historia da prática da capoeira no Brasil, devemos antes de tudo resgatar a história da escravidão no Brasil do século XVI, XVII, XVIII e XIX, quatrocentos anos de horrores e serviços forçados, para alimentar uma elite rica e gananciosa que vivia para o acúmulo de capitais. Nesses quatrocentos anos as pessoas viveram o nascimento, crescimento e expansão do Capitalismo.
Os europeus perceberam que estavam na vanguarda de muitos conhecimentos em relação a outros povos do planeta. Com esses conhecimentos e sua habilidade guerreira, experiência adquirida em séculos de Cruzadas com os povos mulçumanos, o europeu passa a diversificar a prática mercantilista estimulando o Colonialismo e é essa pratica econômica que nos leva a escravidão. O que era o Colonialismo?
Simples. Baseava-se na prática de se obter matérias primas a troco de nada, transforma-las em manufaturas, ou seja, mercadorias e vende-las bem caro na Europa, foi assim que as “mazelas” de diversos povos começaram, pois, não foi só o Negro que foi escravizado, mais o silvícola americano, os asiáticos e diversos outros povos passaram (e ainda passam, por incrível que pareça!) por essa horrível experiência... E quem, em perfeito juízo, deixaria seu país, sua terra, para ser servo na América, África ou Ásia: (...) Eu fui preso à traição Trazido na covardia Que se fosse luta honesta, De lá ninguém me trazia (...) Tony Vargas A colonização efetiva do Brasil começa trinta anos depois de sua “descoberta” em 1500 por Pedro Alvarez Cabral, hoje motivo de certa controvérsia, pois, existem teorias que comprovam a estadia do navegador Duarte Pacheco em terras brasileiras no ano de 1498, mas isso é para outra postagem.

Sítios (sites) onde se pode baixar livros de história e documentos.

www.dominiopublico.gov.br - Este sítio é uma rede de bibliotecas virtuais (online)
de vários países do mundo, mas a maioria dos textos está em português. www.brasiliana.usp.br/bbd - Neste sítio pode-se encontrar livros raros, esgotados, da Coleção Brasiliana, publicados no começo do século XX. Contém relatos dos primeiros jesuítas; obras de história, geografia, geologia, antropologia, etc.