sábado, 20 de outubro de 2012

Governador do Piauí diz para jornal "O Dia" que vai reduzir a pobreza para menos de 5%

Por Clayton Ribeiro

Neste sábado, dia 20, o governador do Piauí afirmou que vai reduzir a pobreza para menos de 5% até 2014, alcançando assim o padrão dos países desenvolvidos. Ter meta é fundamental na administração pública, ótimo, entretanto, é preciso refletir sobre essa informação-meta. Em primeiro lugar, qual é a definição de pobreza adotado pelo governador? Esse conceito satisfaz as necessidades dos cidadãos piauienses? Qual a porcentagem atual de piauienses pobres e/ou miseráveis?

Na verdade, cada país tem seu método de avaliar a pobreza. No Brasil, usa-se a renda per capita (por cabeção) para definir a linha de pobreza, no caso, 1/4 e 1/2 do salário-mínimo. Assim, quem ganha até 150,00 reais-mês, em média, é considerado na linha da "extrema pobreza"; além disso, quem ganha entre 150,00 a 300,00 reais-mês fica na faixa da "pobreza". Nesses termos, em 2011, o Piauí tinha mais de 21% da população na "linha da pobreza" extrema, isto é, de miseráveis; sem contar os apenas pobres! É bom lembrar que o governador já está no poder há alguns anos, próximo do fim do seu mandato!!!

Por outro lado, o conceito de "extrema pobreza" e de "pobreza", definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, leva em conta apenas a capacidade de consumo das pessoas e não sua situação social específica. Água potável, rede de esgoto, atendimento básico de saúde, entre outros itens, não entram na avaliação!!! Assim, uma simples bolsa-qualquer-coisa pode retirar o sujeito da pobreza extrema, mesmo sem que ele tire o pé da lama, de esgoto misturado com barro; mesmo que ele continue bebendo água amarela. Ainda bem que o organismo humano-sertanejo pega resistência a: ascaridíase, teníase; a tricuríase; a ancilostomíase e a esquistossomose.


Imagem de menina em favela. Fonte: g1.globo.com

Desse modo, assistimos com um pouco de descrença ao discurso-meta do governador-quase-saindo. Mesmo que ele cumpra a promessa...como vimos, ainda sim falta muita coisa. um abraço.

Fonte: Alguns dados sobre a pobreza no Piauí, ver a matéria da repórter da Agência Brasil, Carolina Pimentel, de 17/05/2011. Outra fonte foi o jornal O Dia.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Piauí avança, mesmo com o freio de mão ligado.

Por Clayton Ribeiro

Hoje, no dia do Piauí, temos muito o que comemorar, sem ironia. Quando fui morar em Minas Gerais, em 1995, o Estado era o pior entre todos da federação, isso levando-se em conta os mais variados índices que a imaginação humana pode criar. Nesse ano (1995), cerca de 70% dos piauienses eram iletrados, os antigos analfabetos; os sertanejos, em sua grande maioria, moravam em casas de pau a pique. Energia, só tinha aquela que faz o sertanejo movimentar as pernas pra frente atrás de um tatu ou de um preá. Em termos de alimentação, vivia-se na Era da Mandioca; ou seja, todas as refeições, quando tinha, giravam sob o domínio dessa planta-salvação. As crianças pareciam ET's de Varginha, cabeça e barriga grande, pés e mãos finos. Não havia tanto sofrimento, os que adoeciam, morriam rápido e aliviados.


Imagem da mandioca. Crédito da imagem: http://blogsementesagrada.blogspot.com.br/

Porém, a realidade atual é completamente diferente. A fome já não incomoda tanto, pelo menos deixou de ser 24h por dia; as casas não são mais de barro, em sua esmagadora maioria. O iletramento e a mortalidade infantil estão em níveis muito baixo. Universidade de qualidade pode ser encontrada perto de todos os piauienses. A região sul, deixou de ser problema, agora é solução. O agronegócio e a exploração mineral vão nos garantir um desenvolvimento seguro e constante. As escolas técnicas (Instituto Federal do Piauí) estão presente de norte a sul e em expansão. Nossas estradas já não são as piores do Brasil.


Cânyon do Poti, no município de Castelo do Piuaí. Crédito da imagem: piauiterradosol.blogspot.com

É claro, falta ainda organizar nossos pontos turísticos. São Raimundo Nonato grita por socorro, por investimento. E o Canyon do Poty em Castelo do Piauí, nem acesso foi feito. No litoral, tudo continua do mesmo jeito: lixo a céu aberto, muito apagão e água mineral. E as praias? Eu quase morri afogado em Barra Grande. Deveria ter alguém, pelo menos, para resgatar o corpo pro enterro, para não ficar incomodado os outros banhistas.

Como se vê, o Piauí merece comemorar muito hoje, parabéns terra querida!!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pau de arara ou o abandono dos sertanejos.

Por Clayton Ribeiro

Se existe uma instituição democrática no Piauí, de norte a sul, é com certeza o pau de arara. Em minhas viagens de Teresina a Uruçuí, no sul, e de Teresina a Piripiri, no norte, sempre encontro mais do mesmo: o velho transporte coletivo, popular, ventilado, barato, objetivo. De tão popular, o pau de arara já se tornou invisível. Ele é quase um pé de pequi no Cerrado ou um coqueiro na praia. Figuras banais e paisagísticas. Muitos casamentos aconteceram por causa dele. Lado a lado, olho no olho, conversa vai, conserva vem; de repente...começa um romance. Eu me pergunto: quantas dívidas com Deus não foram pagas por meio desse transporte coletivo nas romarias para o Juazeiro do Norte, no Ceará, ou, no Piauí, em Santa Cruz dos Milagres, 180km de Teresina? Bom, até parece uma coisa boa, mas só parece...


Imagem do pau de arara, crédito da imagem: wikipédia.

Na verdade, o pau de arara é o símbolo do abandono de um povo, de uma gente simples, sofredora. Mesmo as raças bovina, suína e equina, quando transportadas, são melhor tratadas. Há uma preocupação com o excesso de estresse desses animais. Em suma, o pau de arara não é presença, é ausência...

Os prefeitos, os maiores responsáveis pela manutenção desse sistema de transporte arcaico, juntamente com o governo estadual - outro irresponsável-, colaboram, ambos, para a perpetuação do pau de arara. Ora, como depois de décadas, viagens entre cidades não viraram linhas de coletivo? Caminhões improvisados não viraram ônibus ou vans? Transportados não viraram passageiros? Por que a lona não virou cobertura?

O transporte intermunicipal é de interesse público, não somente das linhas que dão retorno financeiro. Quando não há esse estímulo privado, o governo obrigatória - e moralmente - deveria assumir tal serviço. Mas, em época de eleição...vc lembra de ter visto gente sendo carregada de pau de arara? Eu não lembro...nesse período, vans cortaram as estradas de terra com passageiros-eleitores...a paisagem muda. Assim, fica claro que o problema é de vontade política. No fundo, o invisível da história não é o pau de arara, mas o cidadão.

Obs: Segundo Câmara Cascudo, pesquisador da cultura popular, o termo pau de arara faz alusão à prática de se carregar papagaios e araras em varas, amarrados, alvoroçados, frenéticos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dez mandamentos do político brasileiro


Crédito: miriamcafecompimenta.blogspot.com.br/

OS 10 MANDAMENTOS DO POLÍTICO BRASILEIRO

1-ESTAR SEMPRE COM O GOVERNO.

2-O IMPORTANTE NÃO É O FATO, É A VERSÃO.

3-AOS INIMIGOS, QUANDO ESTÃO NO PODER, NÃO SE PEDE NADA; SÓ DEMISSÃO.

4-PARA OS AMIGOS, TUDO. PARA OS INIMIGOS, A LEI.

5-RESPEITAR, ACIMA DE TUDO, O PADRE QUE CONSEGUE VOTOS; O JUIZ, QUE PROCLAMA O ELEITO; E O SOLDADO, QUE GARANTE A POSSE.

6-POVO É ÓTIMO VISTO DO PALANQUE.

7-VOTO COMPRADO NÃO É ATRASO, É PROGRESSO; SE É COMPRADO, É PORQUE TEM VALOR.

8-EM BRIGA DE POLITICO OS DOIS PERDEM.

9-MAIS VALE QUEM O GOVERNO AJUDA DO QUE QUEM CEDO MADRUGA.

10-CONVERSA DE MAIS DE DOIS É COMICIO.

Crédito: miriamcafecompimenta.blogspot.com.br/

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Lei de Cotas, populismo e a meritocracia.

Por Clayton Ribeiro

No dia 15 de outubro deste mês, ontem, a presidente Dilma sancionou mais uma lei favorável ao ingresso de estudantes afro-descendentes e de alunos da rede pública de ensino em universidades públicas por meio do sistema de cotas.

Pela nova lei, até 2016, 50% das vagas disponíveis para o Ensino Superior em instituições federais serão destinadas a alunos cotistas. Metade dessas vagas ficarão à disposição de alunos negros e, a outra metade, para alunos de escolas publicas. Isso é justo?

Não. O ensino público brasileiro cobre praticamente 100% das nossas crianças. Logo, o racismo não exclui brasileiros do Ensino Fundamental e nem do Ensino Médio. Na verdade, excludente é a qualidade do ensino público. Alunos egressos desse sistema não sabem, após 10 anos de estudo, interpretar, escrever um texto básico (introdução, desenvolvimento e conclusão), entre outras coisas. Ou seja, a lei de Cotas opera milagres? Não.

Desse modo, a nova lei tem o duplo objetivo: esconder a falta de qualidade do ensino público e, paralelamente, agradar aos mais prejudicados com o crime de abandono da educação pública, o aluno pobre ou de classe média baixa. Isso deu certo com Hugo Chávez, na Venezuela. Lá foram adotadas práticas semelhantes. O povo ficou feliz, os intelectuais também. Estes últimos afirmam que foi dado mais um passo para a superação de uma dívida histórica com os negros, indígenas, e seus descendentes. Porém, essa medida populista é uma falsa ajuda. Durante anos, os alunos ficam abandonados no Ensino Fundamental e Médio para, no final do processo, terem uma chance de ouro de ingressar em grandes universidades.


Imagem de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

Porém, o conhecimento não pode fugir da meritocracia. Aqueles que conseguem melhor desempenho, deveriam ter a melhor recompensa. Assim, o bom aluno não deve ser preterido, inferiorizado, por uma lei qualquer. Esses bons alunos serão provavelmente, no futuro, nossos pesquisadores de ponta. A distorção é absurda. Em vez de se favorecer a melhoria dos alunos com baixo desempenho, se cria uma lei para prejudicar os bons alunos!!! Que país é esse?...é a "Brasiuela".

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia do Professor

Uma homenagem ao nosso dia...parabéns a todos os professores!!!


fonte: professor-adailtonbastos.blogspot.com.br