sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Novos talentos da Literatura Piauiense

Por Clayton Ribeiro

Em "Samyra, negra como a noite", primeiro livro escrito por Valdeir Dias de Souza, jovem escritor do sul do Piauí, entramos em contato com um texto leve, interessante, sobre o encontro entre duas culturas totalmente distintas: a cultura do caboclo piauiense, um quase sertanejo, com a cultura libanesa.

Como o Piauí recebeu várias famílias libanesas, em um processo de imigração já antigo, esse enredo descrito por Valdeir Dias em "Samyra" nos remete a uma realidade próxima e factível, principalmente, em Floriano, cidade esta que tem uma tradicional colônia de libaneses. Assim, é nesse município que Valdeir Dias imaginou sua trama, sua narrativa.

A descrição da cultura libanesa por si só já merece elogios. Por meio de uma linguagem moderna, sem preconceitos, ficamos conhecendo mais sobre uma cultura milenar, mediterrânea, que trouxe tantos benefícios para o ocidente (com "o" minúsculo mesmo), ao longo de um processo secular e pouco reconhecido.

Valdeir Dias também demonstra conhecer a fundo a cultura do sertanejo, ou seja, do homem simples, que tem em seu valor moral sua maior riqueza e patrimônio. Porém, a sociedade tradicional de Floriano, e do Brasil, quiça do mundo, teima em colocar os bens materiais em um patamar muito acima do que deveria, isto é, acima dos valores morais.

Desse modo, a personagem Samyra está entre quatro mundos: entre duas culturas diferentes, assim como entre duas classes econômicas não menos distintas. Quais escolhas ela fez? Com que lado do mundo ela decidiu viver e contra quem preferiu lutar? As respostas você verá lendo o livro "Samyra, negra como a noite".


Nenhum comentário:

Postar um comentário