Resenhas

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande e Senzala (1933). É muito difícil comparar livros ou autores de períodos e estilos diferentes. Mas alguns livros marcam um tempo ou indicam uma virada epistemológica, não é verdade? Nesse sentido, o livro Casa-Grande & Senzala, de 1933, do pernambucano Gilberto Freyre (1900 - 1987) iniciou uma nova forma de se escrever a história. Freyre usou novas fontes em sua análise, tais como: lendas, mitos, hábitos alimentares, entre outras coisas. Ao estudar o microcosmo do cotidiano colonial, no caso, a família patriarcal, Freyre observou que o patriarca (senhor de engenho) dominava de maneira egocêntrica a todos que o cercavam, inclusive, a esposa e filhos. Assim, muitos desses comportamentos dos patriarcas são retratados como patológicos. Agressões físicas e simbólicas repetidas, e não refreadas no mundo fechado da Casa-Grande, criavam um ambiente de sadomasoquismo. Entretanto, o livro é muito mais do que só violência simbólica. Por meio de Casa-Grande & Senzala pode-se compreender a formação da cultura brasileira em todas suas sutilezas e complexidades. Por fim, Freyre estudou a fronteira entre as ciências: Literatura, História, Sociologia e Antropologia. Ou seja, o objetivo não era estudar estas áreas do conhecimento de modo isolado, mas a FRONTEIRA entre elas. Casa-Grande & Senzala . Global Editora, 2006. 98,00 reais. 768 páginas. Boa leitura!!! Abaixo: foto de Gilberto Freyre.

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