sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Aprovada a criação de duas novas extensões do IFPI

A partir de meados de 2013, duas novas extensões devem entrar em funcionamento: uma no bairro Santa Maria da Codipi, em Teresina; outra, no município Pio IX.


Município de Pio IX, imagem: wikipédia.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Brasil na Olimpíada

Parte I

Por Emanoel Richardson

A cada quatro anos é a mesma coisa. Jogos Olímpicos. Esperanças de medalhas para o Brasil. Torcida pelos brasileiros. Decepções. Algumas alegrias. Perguntas. Repostas prontas. Porque o Brasil vai tão mal nas Olimpíadas? Esses brasileiros amarelam demais...

Sendo bem sucinto e sem análises demasiadas profundas, como deveria ser, vejo alguns fatos.


Imagem: www.reiventando-se.blogspot.com.br

Os jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do mundo, visto a cada quatro anos por mais de 4 bilhões de pessoas pela TV. Foi o grande impulsionador do crescimento do esporte pelo mundo. Hoje mais de 200 países participam dos jogos. O COI (Comitê Olímpico Internacional) tem mais filiados do que a ONU.

No Brasil o investimento no esporte sempre foi pífio. Nos dias de hoje, até que o esporte de alto nível tem dinheiro (não é mais tão comum, como em outros tempos, atletas mendigarem para irem a mundiais ou deixarem de participar por não ter verba). A própria Sarah Menezes conta com uma estrutura bem razoável, vivendo e treinando no Piauí. Essa merece todas as homenagens até 50 anos pra frente!

O grande problema é que não se tem um sistema desportivo que promova a massificação e a seleção dos talentos que vão chegar a esse alto nível. Ainda vivemos de alguns potenciais descobertos. Quantas crianças no Brasil tem contato com esportes que não o futebol e futsal, esportes onde nosso país tem excelência?

Todos os países de grande resultados têm sistemas desportivos que massificam os esportes. Isso não significa ter dinheiro: Quênia, Etiópia e Jamaica são países paupérrimos, mas todas as crianças correm na escola ou mesmo pra frequentá-las. Os países do antigo bloco socialista, dos quais remanescem Cuba e China, mesmo depois da transição para o capitalismo mantém sistemas desportivos baseados nas escolas de esporte. Nos estados unidos o sistema educacional é responsável pela descoberta de atletas do ensino fundamental à universidade. No Brasil pela questão cultural, em certo momento o futebol se tornou dominante, toda criança “joga bola” desde cedo. Lógico, da massificação se descobre os talentos. Isso não ocorre com os demais esportes. Quem já praticou atletismo, ou ginástica na escola? Quantas escolinhas de natação ou judô existem em cidades do interior? Temos piscinas públicas?


Imagem: www.imagensengracadas2.com/

A monocultura do futebol, perpetuada pela mídia: todos sabem o nome do zagueiro reserva do Madureira, mas nesses jogos olímpicos tem um atleta que faz todas as provas de todos os esportes, é “o brasileiro”. Só se ouvem os narradores dizerem: daqui a pouco vai competir o brasileiro!

Nossa “Imprensa esportiva” passa anos e anos ignorando os esportes e os atletas que não estão no “brasileirão”. Aqui ou acolá fala um pouco de algum esporte que esteja na evidencia, como o voleibol, mas não há um acompanhamento sistemático ,como ocorre com os grandes times de futebol do sudeste que são mencionados todo dia, nem que seja pra dizer que treinaram e um olhou de cara feia para o outro. Ora como é que as pessoas vão gostar do que não conhecem? Tudo bem que o público ame futebol, mas por que não mostrar os demais esportes? Em outros lugares do mundo vê-se estádios cheios em vários esportes ao mesmo tempo!

O professor Emanoel Richardson é formado em Educação Física e leciona no IFPI-Uruçuí. Obrigado por mais esse artigo!!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

"Tristes Trópicos": mais do que um livro, uma mudança de conceito

Por Clayton Ribeiro

Em 1955, o livro "Tristes Trópicos", do antropólogo Claude Lévi-Strauss (1909-2009), foi publicado; começava uma nova forma de abordar a sociedade indígena. Lévi-Strauss fez parte de uma comitiva de professores franceses que vieram ao Brasil na década de 1930 para fundar cursos do campo das Ciências Humanas na Universidade de São Paulo - USP.


Capa da edição brasileira dos "Tristes Trópicos", imagem: www.extra.com.br/

Durante seus períodos de férias da USP, Lévi-Strauss visitava comunidades indígenas no Brasil Central e na Amazônia, tais como os Bororo e os Nambiquaras; aliás, esse foi um dos motivos do interesse desse antropólogo em vir para o Brasil. Depois de quatro anos fazendo anotações, em forma de diário, Lévi-Strauss construiu uma narrativa - ainda que de leitura enfadonha em muitos momentos - que entrou para o limitado grupo dos livros canônicos da antropologia mundial, assim como da história do Brasil.

O livro "Tristes Trópicos" tem muitos méritos, aqui falarei de um apenas: a desmistificação do mito do "bom selvagem". Era senso comum entre os pesquisadores tratarem o índio como um ser quase imaculado, inocente, sem maldade. Assim, o índio viveria em perfeita harmonia com o sistema ecológico, entre outras coisas. E a colonização européia desumana, quanto sofrimento!


Claude Lévi-Strauss no Brasil na década de 1930, imagem: www.dusinfernus.wordpress.com/

A despeito disso, Lévi-Stauss analisou a sociedade indígena sem esses preconceitos, mostrando suas fraquezas morais, contradições, hipocrisias, comuns a qualquer comunidade humana. Muitos dos comportamentos hipócritas dos indígenas observados pelo antropólogo decorria de sua organização patriarcal. Ora, esse tipo de cultura patriarcal, machista, Lévi-Strauss também encontrou em suas viagens pelo mundo árabe. Entre os árabes é comum o homem ter várias mulheres, desde que ele as mantenha financeiramente de modo satisfatório. Porém, esse comportamento não era fruto de uma cultura religiosa tradicional ou de relações sociais harmônicas, mas de um patriarcalismo autoritário. Desse modo, a comparação entre os hábitos indígenas brasileiros com os dos árabes, feita por Lévi-Strauss, nos trouxe uma lição que ainda hoje não foi completamente compreendida por vários pesquisadores da cultura indígena.

Quem conhece o livro "Tristes Trópicos"? Foi assim que um antigo professor, dos tempos das aulas na Faculdade de Educação (FAE) da UFMG, nos inqueriu certa vez. Para sua surpresa, ninguém da sala tinha ouvido falar dos "Tristes Trópicos". Então, o professor comentou algo como: "quem não leu esse livro, não conhece a história do Brasil". Hoje, se eu pudesse acrescentar algo a essa frase, diria: quem não leu esse livro, não conhece a história universal em sua essência.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Em 2015, professor receberá menos do que USP paga hoje

Proposta cria níveis na carreira dos doutores e salário para dedicação exclusiva será de 8.639,50, em 2015. Hoje, USP paga 8.715,12

Fonte: Diário do Povo do Piauí

O salário dos professores doutores com dedicação exclusiva às universidades federais, em 2015, será menor do que o pago atualmente nas universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - aos docentes com mesma titulação e regime de trabalho.

Hoje, as estaduais de São Paulo pagam R$ 8.715,12 para os professores doutores que ingressam nas instituições em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (40h). Nas federais, docentes nas mesmas condições recebem R$ 7.627,02 e ingressam na carreira como professor adjunto 1. Com a mudança na carreira proposta pelo governo federal, os professores doutores vão ingressar como professores assistentes e receber, em 2015, R$ 8.639,50.

A carreira dos professores das universidades federais é atualmente dividida em classes auxiliar, assistente, adjunto e associado, cada uma com quatro níveis. O último nível é de professor titular, com ingresso por concurso público, totalizando 17 níveis. A proposta do governo diminuiu os níveis para 13, reduzindo para dois os níveis nas classes iniciais: auxiliar e assistente. Essas etapas, no entanto, não existiam para os profissionais, a carreira aumentou de nove para 13 níveis.

"Com o salário inicial que o governo oferece é uma perda", avalia Virgínia Junqueira, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp). A professora destaca como positiva a redução total do número de níveis e a inclusão do cargo de professor titular na carreira (sem a necessidade de prestar concurso), mas critica a criação de grupos de trabalho para padronizar os critérios de promoção. "Não queremos isso de uma maneira centralizada, que não considera as especificidades dos locais. Nós temos critérios e processos internos. Isso fere a autonomia das universidades."

Giorgio Romano, professor de Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC), avalia que a proposta do governo apenas recompõe perdas salariais. "Não há nenhum aumento. E uma estrutura de progressão salarial lógica, sequer foi discutida", opina. Ele defende a proposta de estabelecer um piso e porcentagens de aumento para cada um dos níveis.