sexta-feira, 22 de junho de 2012

Conceito de Economia Verde é questionado na Rio+20

Agência Fapesp - 21/06/2012

Segundo pesquisadores, economia verde tem um tom muito mais voltado para a economia do que para o verde. [Imagem: Wikimedia]


O que é economia verde?

"Economia verde" costuma ser usada para descrever a compatibilização do crescimento econômico com o meio ambiente, um dos blocos do crescimento sustentável.

Segundo a Green Economy Initiative, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançada em 2008, a economia verde resultaria em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, reduzindo os riscos ambientais e a escassez ecológica.

Apesar de ser usada há mais de 20 anos, a expressão "economia verde" ainda é controversa, assim como seu próprio conceito.

Enquanto, para alguns, ela é perfeitamente possível, para os mais críticos ela seria uma tentativa de viabilizar a sociedade de consumo e adiar mudanças estruturais.

Essa foi a tônica de um painel que reuniu cientistas de diversos países no Rio de Janeiro durante as discussões para a RIO+20.

Economia verde é possível?

No encontro, os pesquisadores debateram as possibilidades de uma economia verde, se esse modelo requer uma mudança de paradigma nos padrões econômicos ou se é compatível com os mercados competitivos, com a mercantilização de recursos e com a expansão do consumo.

A economista Elizabeth Stanton, do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, Suécia, ressaltou que é preciso analisar para quem os benefícios desse novo paradigma econômico seriam distribuídos. "A tendência é fazer os pobres ficarem mais ricos ou os ricos ainda mais ricos?", questionou.

Tim Jackson, professor de desenvolvimento sustentável da Universidade de Surrey, na Inglaterra, e autor do livro Prosperity without growth ("Prosperidade sem crescimento"), defendeu uma mudança de valores, com menos consumismo e individualismos.

"O crescimento econômico tem distribuído seus benefícios de maneira desigual. Longe de elevar o padrão de vida dos pobres, o crescimento piorou a situação de boa parte da população mundial. A riqueza favoreceu uma minoria", disse.

"À medida que a economia se expande, crescem as implicações nos recursos naturais envolvidos, com impactos globais que já são insustentáveis. No último meio século, enquanto a economia global crescia, 60% dos ecossistemas mundiais foram degradados. Uma escassez de recursos naturais básicos - como o petróleo - pode estar a menos de
uma década de nós", afirmou Jackson.

Fonte: www.inovaçaostecnologica.com.br

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