sexta-feira, 8 de junho de 2012

Fernão de Magalhães e a 1ª viagem ao redor do mundo

Por Clayton Ribeiro

Parte I

"Numa manhã tranquila de 10 de agosto de 1519, num dia de céu límpido, no porto da cidade de Sevilha, Espanha, ocorria um frenesi entre um grupo de marinheiros que terminavam os últimos detalhes de um plano ousado. Havia um clima de seriedade e de desafio de quem estava prestes a começar um feito nunca antes conseguido por ninguém na história.

De súbito, duzentos e trinta e sete homens da tripulação, divididos em cinco naus, soltaram as amarras dos navios, únicos entraves ao começo de um evento que, de tão perigoso, poderia ser facilmente percebido pelas testemunhas oculares presentes no porto, quando da partida das naus, como um suicídio coletivo; ainda mais quando se lembravam do objetivo a ser alcançado por esses homens destemidos: a primeira volta ao mundo.



Imagem: wikipédia - rio Guadalquivir.

De modo suave, as naus deslizaram pelas águas do rio Betis, hoje conhecido como rio Guadalquivir, rumo ao porto de Sanlúcar, distante dezessete léguas de Sevilha, o último antes de encontrar-se o vasto oceano Atlântico, deixando para trás famílias inteiras consternadas, apreensivas e com o choro abafado.

Em Sanlúcar, a tripulação terminou em poucos dias a tarefa de abastecer as naus com todas as provisões necessárias, tais como pequenos animais, água, vinho, e outros mantimentos. De Sevilha vieram os comandantes ordinários e o comandante-geral, o Sr. Fernão de Magalhães, português, mas que trabalhava para o rei da Espanha, Carlos V. A ansiedade tomava de assalto a todos os homens.

No dia 20 de setembro, antes de partir, todo a tripulação se apinhou na Igreja de Nossa Senhora de Barrameda, unidos no mesmo sentido, para assistir a uma missa. Logo depois, todos se encaminharam calmamente para a confissão diante do padre. Pronto, não havia nada mais entre os homens e o seu destino...

A tripulação tinha motivos de sobra para temerem por suas vidas. Viajar durante alguns anos por lugares, em grande medida, totalmente desconhecidos. Havia o risco quase certo de se encontrar nativos hostis. No mar, pululavam monstros marinhos e, em terra, gigantes bizarros, sabiam bem os marinheiros; mas a fé em Deus fortalecia suas mentes e a vontade de encontrar riquezas os impulsionavam para frente, onda por onda, vento por vento, dia após dia..."



Imagem: wikipédia - rota da 1ª volta ao mundo

Texto baseado na obra "A primeira viagem ao redor do mundo" do aventureiro e escritor italiano Antônio Pigafetta, integrante da tripulação que deu a volta ao mundo entre 1519 a 1522.

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