quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cerca de 1 milhão de piauienses estão sofrendo com a seca

Por Clayton Ribeiro

Estamos atravessando uma das piores estiagens da história recente do Piauí, pelo menos nos últimos 40 anos. Porém, o impacto social dessa vez foi em menor escala do que das outras vezes. É que a diminuição da pobreza tem relação direta com a intensidade do fenômeno da estiagem. Entretanto, não se pode admitir que 1 milhão de pessoas sofram com falta de água, com a perda completa da lavoura e de outros danos previsíveis. Não se justifica tamanho abandono do povo sertanejo. A ciência da meteorologia avançou sobremaneira. Satélites circulam a Terra a todo instante. Movimentos de nuvens são percebidos quase em tempo real. Então, qual é o problema? Por que a estiagem constitui-se em fenômeno social degradante do sertanejo?


Estiagem ou seca? Imagem: cidadesnanet.com

Ora, a estiagem é coisa de Deus, ou melhor, de São Pedro, mas a seca não, esta última é coisas dos homens imprevidentes, descuidados, desorganizados. A estiagem caracteriza-se por uma falta de água prolongada, por outro lado, a seca ocorre onde falta construção de represas e adutoras, ausência de abastecimento d'água, falta de assistência técnica para preparar o sertanejo para o longo período de estiagem; enfim, falta de planejamento público tanto do governo do Estado quanto das prefeituras mequetrefes.

O nosso Estado não se preparou para a soja, nem para o algodão e nem muito para o milho. De modo semelhante, não se prepara para a estiagem prolongada e dos problemas que a acompanham. Vejam bem, existem países bem mais secos do que o Piauí. Israel, por exemplo, é um dos piores desertos do mundo. Porém, lá você não vem manchete de jornal desse tipo: "Milhares de animais morrem de sede no sertão" ou "Milhares de pessoas passam fome por causa da seca". Quanta incompetência.

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