domingo, 22 de abril de 2012

Memórias sobre trilhos: estudos sobre o trabalho dos ferroviários em Altos-PI


imagem: www.catracalivre.folha.uol.com.br/

O trem de ferro é um dos mais expressivos símbolos da modernização, interface tecnológica e econômica da modernidade. No turbilhão das mudanças ocorridas entre o final do século XIX e o início do XX, o desenvolvimento do transporte ferroviário deixou marcas profundas nas gerações que vivenciaram esse momento. A revolução científico-tecnológica estava em pleno curso, e a velocidade de uma locomotiva simbolizava a rapidez com que esta revolução alcançaria a todos. A sua chegada é possível perceber que o impacto social e mental se dava de maneiras variadas e os indivíduos reagiam ao mesmo tempo com indignação, espanto e encantamento. As estradas de ferro foram se estendendo por muitos lugarejos e formando povoados ao longo de sua implantação.

As memórias dos trabalhadores que vivenciaram cotidianamente o período áureo de seu funcionamento. A memória das ferrovias no Piauí pode ser encontrada nos lugares onde parte da população conviveu em seu cotidiano com a locomotiva, parando nas estações ferroviárias das cidades do interior. Espaços marcados por uma rede de utilização de trabalhadores braçais, temporários, muitas vezes flagrados como trabalho análogo a de escravo. Ressalvo o processo migratório das populações flageladas que se mobilizaram na perspectiva de confiar nas oportunidades de trabalho, uma experiência marcada pela impossibilidade de possuir ou de manter a posse de estabilidade. Os grupos sociais que se deslocaram para essas áreas, homens e mulheres, incentivados pelas frentes de trabalho, abertas, sobretudo, pelo governo em desenvolver o progresso do estado.

Texto da prof. de história Alanna Bruna Paixão de Sousa
formada pela UESPI-Campo Maior

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