domingo, 13 de maio de 2012

Monteiro Lobato e a participação popular na política

Por Clayton Ribeiro

O literato Monteiro Lobato (1882-1948) participava ativamente da discussão política de sua época. Defendeu o monopólio nacional da exploração do petróleo desde a década de 1930; sem dúvida, uma grande contribuição para o Brasil.


Imagem: www.revistabula.com/

Porém, no começo do século XIX, debatia-se sobre a implantação do voto secreto nas eleições. Assim, vários intelectuais, como Monteiro Lobato, escreveram sobre esse tema.

Em carta aberta de 09 de agosto de 1924, Monteiro Lobato mostrava preocupação com a participação popular nas eleições e com a Revolução Russa (1917), primeira revolução comunista da história. Para Monteiro Lobato, somente a elite brasileira - letrados, negociantes, grandes fazendeiros - tinha condição de administrar o governo do Brasil e, além disso, de escolher os representantes políticos com inteligência.

O voto secreto era uma forma de afastar o povo comum, denominado "massa bruta" por Lobato, das eleições. O voto aberto possibilitava a venda do voto pelo povo, pois havia como confirmar essa fraude no dia da eleição. Sem o voto aberto, a certeza da compra-e-venda ficaria comprometida. Desse modo, o povo não teria mais interesse em participar das eleições, pensava Lobato; e "isto tudo sem infringir essa grande ilusão do sufrágio universal, que é ainda a base das democracias modernas". (Carta Aberta ao Exmo. Snr. Dr. Carlos de Campos, p.108).

Fonte: "O Voto Secreto" (publicação do Partido Democrático)

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