quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Atualidades - ENEM - "Primavera Árabe"

Por Clayton Ribeiro

Parte I

O mundo árabe é a bola da vez em termos de questões de atualidade. Por vários motivos, o Ocidente assiste com atenção o que acontece nessa parte do planeta. Com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, os povos de língua árabe se caracterizam por compartilharem de uma forte cultura religiosa, chamada Islã, e por terem uma tendência antiocidental que, às vezes, explode em ações violentas e radicais (terrorismo). Isso porque os árabes se apegam a uma forma de organização social patriarcalista e autoritária, em que não há espaço para, por exemplo, os direitos da mulher ou das minorias. Assim, o clima de liberdade em alguns países ocidentais ameaça solapar a sociedade tradicional dos árabes.

De modo inesperado, a partir de 2010, milhares de árabes na Tunísia começaram a clamar por mais abertura de seu sistema político, dominado por um ditador mão-de-ferro durante décadas. Como reação, o governo da Tunísia ordenou o uso da força contra os manisfestantes do movimento que ficou conhecido como "Primavera Árabe". Centenas de jovens foram assassinados. Entretanto, isso só piorou a situação política nesse país. Por fim, o governo sofreu um colapso e foi derrubado.


Primavera, "estação da renovação". Imagem: essaseoutras.xpg.com.br

Em seguida, manifestações semelhantes eclodiram no Egito e na Líbia, alastrando-se como ondas pelo mundo árabe. Muitos dos países do Oriente Médio e da África do Norte ficaram de prontidão, em situação de alerta máximo. Nesse momento, o movimento passou dos milhares para os milhões.

Quem são esses descontentes?

São em sua grande maioria, jovens fora do mercado de trabalho - sem chances de conseguir emprego - que colocam a culpa pela estagnação social e econômica de seus países no regimes tradicionalmente autoritários que os comandam.

Esse movimento pode trazer maior liberdade para as mulheres ou para as minorias?

Em um primeiro momento, talvez não. Porém, com a abertura dos sistemas políticos árabes, ainda que parcialmente, pode gerar a pressão por mais direitos e liberdades, mesmo sem a instalação de uma democracia de fato. Esse fenômeno, para ser mais duradouro deve vir acompanhado da criação de uma classe média mais independente de governos autoritários e arcaicos. Esse é o grande desafio em economias atrasadas e sem mercado interno. Lembrem-se, a Primavera Árabe começou na TUNÍSIA, um país árabe-muçulmano. Um abraço.

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