segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Em 2015, professor receberá menos do que USP paga hoje

Proposta cria níveis na carreira dos doutores e salário para dedicação exclusiva será de 8.639,50, em 2015. Hoje, USP paga 8.715,12

Fonte: Diário do Povo do Piauí

O salário dos professores doutores com dedicação exclusiva às universidades federais, em 2015, será menor do que o pago atualmente nas universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - aos docentes com mesma titulação e regime de trabalho.

Hoje, as estaduais de São Paulo pagam R$ 8.715,12 para os professores doutores que ingressam nas instituições em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (40h). Nas federais, docentes nas mesmas condições recebem R$ 7.627,02 e ingressam na carreira como professor adjunto 1. Com a mudança na carreira proposta pelo governo federal, os professores doutores vão ingressar como professores assistentes e receber, em 2015, R$ 8.639,50.

A carreira dos professores das universidades federais é atualmente dividida em classes auxiliar, assistente, adjunto e associado, cada uma com quatro níveis. O último nível é de professor titular, com ingresso por concurso público, totalizando 17 níveis. A proposta do governo diminuiu os níveis para 13, reduzindo para dois os níveis nas classes iniciais: auxiliar e assistente. Essas etapas, no entanto, não existiam para os profissionais, a carreira aumentou de nove para 13 níveis.

"Com o salário inicial que o governo oferece é uma perda", avalia Virgínia Junqueira, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp). A professora destaca como positiva a redução total do número de níveis e a inclusão do cargo de professor titular na carreira (sem a necessidade de prestar concurso), mas critica a criação de grupos de trabalho para padronizar os critérios de promoção. "Não queremos isso de uma maneira centralizada, que não considera as especificidades dos locais. Nós temos critérios e processos internos. Isso fere a autonomia das universidades."

Giorgio Romano, professor de Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC), avalia que a proposta do governo apenas recompõe perdas salariais. "Não há nenhum aumento. E uma estrutura de progressão salarial lógica, sequer foi discutida", opina. Ele defende a proposta de estabelecer um piso e porcentagens de aumento para cada um dos níveis.

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