quarta-feira, 11 de abril de 2012

Por que existe a crença em "almas penadas"?

HISTÓRIA ANTIGA - Segundo a tradição religiosa Greco-romana, o corpo e a alma não se separariam depois da morte, ou seja, como afirmou o historiador francês Fustel de Coulanges, em sua obra “A Cidade Antiga”: “não seria em um outro mundo que a alma iria viver sua outra existência”, pois continuaria perto dos homens, vivendo na terra, junto deles. (COULANGES, p.13-14)

Assim, surgiram os ritos fúnebres (enterros), pois acreditava-se que no ato do enterro do defunto também estava indo junto algo com vida. O túmulo seria o local de repouso; a partir disso surgiram as expressões populares, tais como: “descanse em paz” ou “que a terra te seja leve”.

Por terem a crença que o morto ainda vivia no túmulo, os antigos nunca deixavam de oferecer-lhe comida e bebida, ou objetos pessoais que pudessem ser-lhe necessários, tais como roupas, armas e utensílios.

Desse modo, para que a alma pudesse ficar fixada ao seu túmulo, lugar da segunda vida, “fazia-se necessário que o corpo, ao qual a alma estava ligada, fosse coberto de terra. A alma que não tivesse sua sepultura, não teria morada. Seria errante”. (COULANGES, p.16)

Por fim, desgraçada, “logo essa alma se tornaria perversa. Atormentaria então os vivos, provocando-lhes doenças, devastando-lhes os campos, atormentando-os com aparições lúgubres, para alertá-los de que tanto o seu corpo como ela própria queriam sepultura. E disso se originou a crença nas almas do outro mundo”. (COULANGES, p.16)

Fonte: COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. - 5ª edição -. São Paulo: Martins Editora, 2004. 353p. 74,90 reais.

Existem outras editoras que publicam o mesmo título (Hermus e Martin Claret) com preços de, respectivamente, 19,00 e 22,90 reais.




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