Por Clayton Ribeiro
Parte II
Iniciada na Tunísia em 2010, a "Primavera Árabe" rapidamente se alastrou para vários países de língua árabe, incluindo a Síria e o Irã. Nesses dois Estados a situação é um pouco mais complexa, pelo fato de serem potências intermediárias na região.
Desse modo, os governos da Síria e do Irã não temem boicotes externos como forma de represália pelo uso da força contra os manifestantes; assim, o uso da violência contra a população civil tem se mostrado mais brutal e impiedosa nesses lugares. Além disso, ambos os países são parceiros econômicos importantes da Rússia, potência mundial em armas de "efeito moral" (bombas atômicas). Entretanto, diferente da Síria, o Irã tem conseguido abafar temporariamente, de modo eficaz, a "Primavera Árabe" dentro de suas fronteiras. Mesmo assim, é bom ficar atento ao que acontece com esses dois países. Vejam a situação da Síria e do Irã separadamente.
Mapa do Oriente Médio, uma das regiões mais conflituosas do mundo. Fonte: 2012umnovodespertar.blogspot.com
Síria:
Refugiados sírios - cerca de 100 mil - estão na fronteira turca, país vizinho da Síria. Porém, o problema é que há também rebeldes nessa região. Assim, escaramuças entre o exército sírio e o turco são cada vez mais frequentes, uma guerra entre ambos pode ocorrer a qualquer momento.
Por outro lado, grupos radicais islâmicos (árabes) simpáticos ao governo sírio podem atacar Israel em uma tentativa de mudar o foco e a atenção do mundo para o que acontece na Síria. Quase todos os países do Oriente Médio são hostis ao Estado de Israel, que se instalou nesse espaço geográfico a partir da anexação de territórios de Estados árabes. Com isso, a entrada deste último país em um conflito na região poderia trazer apoio ao cambaleante governo sírio de Bashar al-Assad.
Irã:
O caso do Irã parece ser mais grave. Israel demonstrou a intenção de bombardear instalações nucleares iranianas que já estão bem avançadas no processo de enriquecimento do urânio, material este que é usado na fabricação de bombas atômicas. Os dois Estados se envolveram em outros conflitos militares no passado recente. Com a bomba nuclear, o Irã seria o único país que realmente poderia fazer frente ao poderio militar israelense no Oriente Médio. Fontes jornalísticas afirmam que esse conflito está muito próximo de ocorrer, em breve, pouco depois da eleição norte-americana para presidente. Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, não querem uma guerra agora, isso poderia piorar sua situação econômica.
Conflitos no Irã, fonte: topicos.estadao.com.br/ahmadinejad
Um conflito contra Israel pode ser interessante para o governo iraniano de Mahmoud Ahmadinejad, pois pode desviar a atenção do movimento de contestação da juventude iraniana.
Imagem do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, fonte: topicos.estadao.com.br/ahmadinejad
Resumo: A Síria e o Irã estão atravessando um período de tensão tanto no plano internacional quanto no plano interno, esta última decorrente das manifestações da "Primavera Árabe". Esses dois Estados podem desestabilizar toda a região do Oriente Médio. A situação pode ser agravada com a participação do Estado de Israel, inimigo declarado do Irã. Enfim, a "Primavera Árabe" trouxe mais tensão para o Oriente Médio...porém, talvez o custo de tudo pode valer a pena...se a democracia não for pequena.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Brasil cai 15 posições em ranking de proficiência em inglês
Fonte: veja.abril.com.br
O Brasil perdeu 15 posições no Índice de Proficiência em Inglês, ranking organizado pela Education First (EP), empresa fundada na Suécia e especializada em intercâmbio: com a queda, o país ficou no 46º lugar entre 54 nações. Em 2011, quando estava na 31ª posição, o país era qualificado pelo levantamento como nação com "baixa proficiência" no idioma estrangeiro: agora, está na categoria "proficiência muito baixa". O Brasil aparece no ranking atrás de nações como China, Argélia, Síria, Vietnã e Irã.
Entre os 13 países latino-americanos avaliados, o Brasil só supera Guatemala, Colômbia e Panamá. O desempenho do subcontinente é, em geral, baixo. Isso seria consequência do predomínio, na maior parte dos países da região, da língua espanhola, que permite o comércio internacional e viagens.
A má qualidade do ensino público na região, contudo, aparece como principal fator para o mau desempenho. Ao contrário do verificado em outras regiões, não há diferença significativa no domínio da língua segundo a faixa etária. "Jovens egressos do ensino médio, estudantes universitários e profissionais, todos igualmente usam mal o inglês", diz o estudo.
A Argentina, que perdeu quatro posições no ranking, aparecendo em 20º lugar, ainda é o país latino-americano mais bem colocado no ranking, além de ser o único classificado como nação com "proficiência moderada". Taxas de alfabetização superiores à média da região (97% ante 89,9%) e dois anos a mais de escolaridade (15,1 ante 13,1) são apontados como responsáveis pelo desempenho argentino.
A Europa apresenta bons resultados no ranking. Os onze países com as melhores taxas de proficiência estão localizados no continente. Os cinco primeiros colocados são, respectivamente Suécia, Dinamarca, Holanda, Finlândia e Noruega.
Os dados para a organização do ranking 2012 foram coletados entre 2009 a 2011 por meio de testes realizados com 1,7 milhão de adultos. As informações do levantamento anterior, de 2011, são referentes ao período 2007-2009.
O Brasil perdeu 15 posições no Índice de Proficiência em Inglês, ranking organizado pela Education First (EP), empresa fundada na Suécia e especializada em intercâmbio: com a queda, o país ficou no 46º lugar entre 54 nações. Em 2011, quando estava na 31ª posição, o país era qualificado pelo levantamento como nação com "baixa proficiência" no idioma estrangeiro: agora, está na categoria "proficiência muito baixa". O Brasil aparece no ranking atrás de nações como China, Argélia, Síria, Vietnã e Irã.
Entre os 13 países latino-americanos avaliados, o Brasil só supera Guatemala, Colômbia e Panamá. O desempenho do subcontinente é, em geral, baixo. Isso seria consequência do predomínio, na maior parte dos países da região, da língua espanhola, que permite o comércio internacional e viagens.
A má qualidade do ensino público na região, contudo, aparece como principal fator para o mau desempenho. Ao contrário do verificado em outras regiões, não há diferença significativa no domínio da língua segundo a faixa etária. "Jovens egressos do ensino médio, estudantes universitários e profissionais, todos igualmente usam mal o inglês", diz o estudo.
A Argentina, que perdeu quatro posições no ranking, aparecendo em 20º lugar, ainda é o país latino-americano mais bem colocado no ranking, além de ser o único classificado como nação com "proficiência moderada". Taxas de alfabetização superiores à média da região (97% ante 89,9%) e dois anos a mais de escolaridade (15,1 ante 13,1) são apontados como responsáveis pelo desempenho argentino.
A Europa apresenta bons resultados no ranking. Os onze países com as melhores taxas de proficiência estão localizados no continente. Os cinco primeiros colocados são, respectivamente Suécia, Dinamarca, Holanda, Finlândia e Noruega.
Os dados para a organização do ranking 2012 foram coletados entre 2009 a 2011 por meio de testes realizados com 1,7 milhão de adultos. As informações do levantamento anterior, de 2011, são referentes ao período 2007-2009.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Atualidades - ENEM - "Primavera Árabe"
Por Clayton Ribeiro
Parte I
O mundo árabe é a bola da vez em termos de questões de atualidade. Por vários motivos, o Ocidente assiste com atenção o que acontece nessa parte do planeta. Com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, os povos de língua árabe se caracterizam por compartilharem de uma forte cultura religiosa, chamada Islã, e por terem uma tendência antiocidental que, às vezes, explode em ações violentas e radicais (terrorismo). Isso porque os árabes se apegam a uma forma de organização social patriarcalista e autoritária, em que não há espaço para, por exemplo, os direitos da mulher ou das minorias. Assim, o clima de liberdade em alguns países ocidentais ameaça solapar a sociedade tradicional dos árabes.
De modo inesperado, a partir de 2010, milhares de árabes na Tunísia começaram a clamar por mais abertura de seu sistema político, dominado por um ditador mão-de-ferro durante décadas. Como reação, o governo da Tunísia ordenou o uso da força contra os manisfestantes do movimento que ficou conhecido como "Primavera Árabe". Centenas de jovens foram assassinados. Entretanto, isso só piorou a situação política nesse país. Por fim, o governo sofreu um colapso e foi derrubado.
Primavera, "estação da renovação". Imagem: essaseoutras.xpg.com.br
Em seguida, manifestações semelhantes eclodiram no Egito e na Líbia, alastrando-se como ondas pelo mundo árabe. Muitos dos países do Oriente Médio e da África do Norte ficaram de prontidão, em situação de alerta máximo. Nesse momento, o movimento passou dos milhares para os milhões.
Quem são esses descontentes?
São em sua grande maioria, jovens fora do mercado de trabalho - sem chances de conseguir emprego - que colocam a culpa pela estagnação social e econômica de seus países no regimes tradicionalmente autoritários que os comandam.
Esse movimento pode trazer maior liberdade para as mulheres ou para as minorias?
Em um primeiro momento, talvez não. Porém, com a abertura dos sistemas políticos árabes, ainda que parcialmente, pode gerar a pressão por mais direitos e liberdades, mesmo sem a instalação de uma democracia de fato. Esse fenômeno, para ser mais duradouro deve vir acompanhado da criação de uma classe média mais independente de governos autoritários e arcaicos. Esse é o grande desafio em economias atrasadas e sem mercado interno. Lembrem-se, a Primavera Árabe começou na TUNÍSIA, um país árabe-muçulmano. Um abraço.
Parte I
O mundo árabe é a bola da vez em termos de questões de atualidade. Por vários motivos, o Ocidente assiste com atenção o que acontece nessa parte do planeta. Com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, os povos de língua árabe se caracterizam por compartilharem de uma forte cultura religiosa, chamada Islã, e por terem uma tendência antiocidental que, às vezes, explode em ações violentas e radicais (terrorismo). Isso porque os árabes se apegam a uma forma de organização social patriarcalista e autoritária, em que não há espaço para, por exemplo, os direitos da mulher ou das minorias. Assim, o clima de liberdade em alguns países ocidentais ameaça solapar a sociedade tradicional dos árabes.
De modo inesperado, a partir de 2010, milhares de árabes na Tunísia começaram a clamar por mais abertura de seu sistema político, dominado por um ditador mão-de-ferro durante décadas. Como reação, o governo da Tunísia ordenou o uso da força contra os manisfestantes do movimento que ficou conhecido como "Primavera Árabe". Centenas de jovens foram assassinados. Entretanto, isso só piorou a situação política nesse país. Por fim, o governo sofreu um colapso e foi derrubado.
Primavera, "estação da renovação". Imagem: essaseoutras.xpg.com.br
Em seguida, manifestações semelhantes eclodiram no Egito e na Líbia, alastrando-se como ondas pelo mundo árabe. Muitos dos países do Oriente Médio e da África do Norte ficaram de prontidão, em situação de alerta máximo. Nesse momento, o movimento passou dos milhares para os milhões.
Quem são esses descontentes?
São em sua grande maioria, jovens fora do mercado de trabalho - sem chances de conseguir emprego - que colocam a culpa pela estagnação social e econômica de seus países no regimes tradicionalmente autoritários que os comandam.
Esse movimento pode trazer maior liberdade para as mulheres ou para as minorias?
Em um primeiro momento, talvez não. Porém, com a abertura dos sistemas políticos árabes, ainda que parcialmente, pode gerar a pressão por mais direitos e liberdades, mesmo sem a instalação de uma democracia de fato. Esse fenômeno, para ser mais duradouro deve vir acompanhado da criação de uma classe média mais independente de governos autoritários e arcaicos. Esse é o grande desafio em economias atrasadas e sem mercado interno. Lembrem-se, a Primavera Árabe começou na TUNÍSIA, um país árabe-muçulmano. Um abraço.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Mais uma redação nota 1.000 no ENEM
Fonte: veja.abril.com.br
Comentários dos professores Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, e Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli, ambos de São Paulo.
Redação sem título de autoria de Alline Rodrigues da Silva (Uberaba-MG)
A crescente popularização do uso da internet em grande parte do globo terrestre é uma das principais características do século XXI. Tal popularização apresenta grande relevância e gera impactos sociais, políticos e econômicos na sociedade atual.
Nesta INTRODUÇÃO, a estudante opta por iniciar tratando do fenômeno da internet, deixando de fora a questão público/privado. Assim mesmo, ela deixa claro que entendeu a proposta, ao abordar o assunto logo no início do parágrafo seguinte. O emprego da expressão "tal popularização" garante a ligação entre as ideias, o que é essencial para a coesão do texto.
Um importante questionamento em relação a esse expressivo uso da internet é o fato de existir uma linha tênue entre o público e privado nas redes sociais. Estas, constantemente são utilizadas para propagar ideias, divulgar o talento de pessoas até então anônimas, manter e criar vínculos afetivos, mas, em contrapartida também podem expor indivíduos mais do que o necessário, em alguns casos agredindo a sua privacidade.
Ao escolher expressões como "uma linha tênue", "propagar ideias" e "vínculos afetivos", a autora expressa visão crítica sobre o assunto. Problemas de pontuação: uso errado de vírgulas nos trechos "Estas, constantemente são..." (seperando sujeito e verbo) e "... mas, em contrapartida também" (falta o sinal após "contrapartida"). Apesar disso, os erros não comprometem a clareza do raciocínio.
Recentemente , ocorreram dois fatos que exemplificam ambas as situações. A “Primavera Árabe”, nome dado a uma série de revoluções ocorridas em países árabes, teve as redes sociais como importante meio de disseminação de ideias revolucionárias e conscientização desses povos dos problemas políticos, sociais e econômicos que assolam esses países. Neste caso, a internet agiu e continua agindo de forma benéfica, derrubando governos autoritários e pressionando melhorias sociais.
O argumento tem estreita relação com a tese defendida e revela um raciocínio lógico da aluna.
Em outro caso, bastante divulgado também na mídia, a internet serviu como instrumento de violação da privacidade. Fotos íntimas da atriz hollywoodiana Scarlett Johansson foram acessadas por um hacker através de seu celular e divulgadas pela internet para o mundo inteiro, causando um enorme constrangimento para a atriz.
Os argumentos são precisos e evidenciam o caráter analítico do texto. Os exemplos escolhidos cumprem o papel de fundamentar as críticas e validar a proposta futura de que há necessidade de conscientização em relação às informações postadas nas redes.
Analisando situações semelhantes às citadas anteriormente, conclui-se que é necessário que haja uma conscientização por parte dos internautas de que aquilo que for uma utilidade pública ou algo que não agrida ou exponha um indivíduo pode e deve ser divulgado. Já o que for privado e extremamente pessoal deve ser preservado e distanciado do mundo virtual , que compartilha informações para um grande número de pessoas em um curto intervalo de tempo. Dessa forma, situações realmente desagradáveis no incrível universo da internet serão evitadas.
Nesta CONCLUSÃO, o mérito da solução não está na inovação absoluta da proposta, mas na articulação clara e coerente com a tese defendida pela candidata desde o início do texto, além do reconhecimento de que o meio virtual é "incrível", ou seja, não representa um mal por si só.
Comentários dos professores Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, e Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli, ambos de São Paulo.
Redação sem título de autoria de Alline Rodrigues da Silva (Uberaba-MG)
A crescente popularização do uso da internet em grande parte do globo terrestre é uma das principais características do século XXI. Tal popularização apresenta grande relevância e gera impactos sociais, políticos e econômicos na sociedade atual.
Nesta INTRODUÇÃO, a estudante opta por iniciar tratando do fenômeno da internet, deixando de fora a questão público/privado. Assim mesmo, ela deixa claro que entendeu a proposta, ao abordar o assunto logo no início do parágrafo seguinte. O emprego da expressão "tal popularização" garante a ligação entre as ideias, o que é essencial para a coesão do texto.
Um importante questionamento em relação a esse expressivo uso da internet é o fato de existir uma linha tênue entre o público e privado nas redes sociais. Estas, constantemente são utilizadas para propagar ideias, divulgar o talento de pessoas até então anônimas, manter e criar vínculos afetivos, mas, em contrapartida também podem expor indivíduos mais do que o necessário, em alguns casos agredindo a sua privacidade.
Ao escolher expressões como "uma linha tênue", "propagar ideias" e "vínculos afetivos", a autora expressa visão crítica sobre o assunto. Problemas de pontuação: uso errado de vírgulas nos trechos "Estas, constantemente são..." (seperando sujeito e verbo) e "... mas, em contrapartida também" (falta o sinal após "contrapartida"). Apesar disso, os erros não comprometem a clareza do raciocínio.
Recentemente , ocorreram dois fatos que exemplificam ambas as situações. A “Primavera Árabe”, nome dado a uma série de revoluções ocorridas em países árabes, teve as redes sociais como importante meio de disseminação de ideias revolucionárias e conscientização desses povos dos problemas políticos, sociais e econômicos que assolam esses países. Neste caso, a internet agiu e continua agindo de forma benéfica, derrubando governos autoritários e pressionando melhorias sociais.
O argumento tem estreita relação com a tese defendida e revela um raciocínio lógico da aluna.
Em outro caso, bastante divulgado também na mídia, a internet serviu como instrumento de violação da privacidade. Fotos íntimas da atriz hollywoodiana Scarlett Johansson foram acessadas por um hacker através de seu celular e divulgadas pela internet para o mundo inteiro, causando um enorme constrangimento para a atriz.
Os argumentos são precisos e evidenciam o caráter analítico do texto. Os exemplos escolhidos cumprem o papel de fundamentar as críticas e validar a proposta futura de que há necessidade de conscientização em relação às informações postadas nas redes.
Analisando situações semelhantes às citadas anteriormente, conclui-se que é necessário que haja uma conscientização por parte dos internautas de que aquilo que for uma utilidade pública ou algo que não agrida ou exponha um indivíduo pode e deve ser divulgado. Já o que for privado e extremamente pessoal deve ser preservado e distanciado do mundo virtual , que compartilha informações para um grande número de pessoas em um curto intervalo de tempo. Dessa forma, situações realmente desagradáveis no incrível universo da internet serão evitadas.
Nesta CONCLUSÃO, o mérito da solução não está na inovação absoluta da proposta, mas na articulação clara e coerente com a tese defendida pela candidata desde o início do texto, além do reconhecimento de que o meio virtual é "incrível", ou seja, não representa um mal por si só.
domingo, 21 de outubro de 2012
Redações nota 1.000 no Enem comentadas por professores
Fonte: Veja.abril.com.br
Vejam abaixo a redação nota 1.000 da estudante Camila P. Zucconi, de Viçosa-MG, comentada pelos professores Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, e Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli. Os professores ressaltam os pontos positivos da dissertação. Mas mostram também pequenos deslizes da candidata.
"Redes sociais: o uso exige cautela"
(É um ótimo TÍTULO e já indica a posição da candidata sobre o tema.)
Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns.
A contextualização desta INTRODUÇÃO é muito boa. A candidata acerta ao citar a evolução sofrida pelos meios de comunicação.
Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem.
A autora do texto entendeu satisfatoriamente a proposta. Ao desenvolver sua ideia, mostra um conhecimento de mundo amplo, citando amizades, informações disseminadas e movimento políticos. Cabe destacar um ponto negativo na passagem: o uso do termo "convenhamos", típico da língua falada e que deve ser evitado em textos mais formais.
Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais em tais redes pode nos tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente.
A primeira frase é bastante adequada. A partir dela, são discutidos prejuízos à integridade do indivíduo em razão do mau uso das redes sociais.
Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas “jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema.
O parágrafo relaciona as duas ideias desenvolvidas anteriormente, o que é positivo. Há, contudo, um reparo a ser feito: a utilização de um único e longo período. Essa construção deve ser evitada, pois dá margem a erros e dificulta a leitura.
Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais, afinal, se essas revelaram sua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal.
A solução sugerida nesta CONCLUSÃO é adequada porque procura combater o problema apresentado: a confusão entre público e privado. A autora faz um apelo ao bom senso, acrescentando que estado e comunidades virtuais devem cooperar no assunto. A posição satisfaz a orientação do Enem, que demanda do estudante uma proposta de intervenção específica e realizável.
Vejam abaixo a redação nota 1.000 da estudante Camila P. Zucconi, de Viçosa-MG, comentada pelos professores Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, e Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli. Os professores ressaltam os pontos positivos da dissertação. Mas mostram também pequenos deslizes da candidata.
"Redes sociais: o uso exige cautela"
(É um ótimo TÍTULO e já indica a posição da candidata sobre o tema.)
Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns.
A contextualização desta INTRODUÇÃO é muito boa. A candidata acerta ao citar a evolução sofrida pelos meios de comunicação.
Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem.
A autora do texto entendeu satisfatoriamente a proposta. Ao desenvolver sua ideia, mostra um conhecimento de mundo amplo, citando amizades, informações disseminadas e movimento políticos. Cabe destacar um ponto negativo na passagem: o uso do termo "convenhamos", típico da língua falada e que deve ser evitado em textos mais formais.
Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais em tais redes pode nos tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente.
A primeira frase é bastante adequada. A partir dela, são discutidos prejuízos à integridade do indivíduo em razão do mau uso das redes sociais.
Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas “jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema.
O parágrafo relaciona as duas ideias desenvolvidas anteriormente, o que é positivo. Há, contudo, um reparo a ser feito: a utilização de um único e longo período. Essa construção deve ser evitada, pois dá margem a erros e dificulta a leitura.
Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais, afinal, se essas revelaram sua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal.
A solução sugerida nesta CONCLUSÃO é adequada porque procura combater o problema apresentado: a confusão entre público e privado. A autora faz um apelo ao bom senso, acrescentando que estado e comunidades virtuais devem cooperar no assunto. A posição satisfaz a orientação do Enem, que demanda do estudante uma proposta de intervenção específica e realizável.
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