quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Piauí tenta reduzir reajuste do piso dos professores

Mayara Bastos
Jornal O Dia

O Governo do Estado ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando os critérios para a definição do índice de reajuste do piso nacional de professores da rede pública, definido por lei de 2008. Além do Piauí, outros cinco estados solicitam ao Supremo uma medida temporária para suspender o critério atual, que leva em conta o aumento do valor gasto por aluno no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

O relator da ação será o ministro Joaquim Barbosa. O documento é assinado por governadores dos Estados do Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. O reajuste deste ano foi de 22,22% em relação ao valor pago ano passado, o salário subiu de R$ 1.187 para R$ 1.451. A lei que o criou determina que nenhum professor pode ganhar menos do que esse valor por uma jornada de 40 horas.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Unicamp é a universidade brasileira que mais cria

Fonte: Folha de São Paulo

ABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Se é papel das universidades desenvolver produtos para o mercado, não há consenso. Mas, hoje, 5 dos 10 maiores patenteadores do país são instituições de ensino. Por isso, um dos indicadores do RUF são os pedidos de patentes ao Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) na última década.

Levantamento do órgão mostra que a Unicamp pediu a exclusividade de exploração comercial para 272 inovações de 2004 a 2008 (o pedido pode ser negado; a análise leva até oito anos). Só perdeu para a Petrobras.

Na sequência da Unicamp, figuram entre os dez primeiros lugares a USP e as federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), além de duas fundações estaduais de amparo à pesquisa.

Eduardo Knapp/Folhapress

Fachada do Instituto de Química da Unicamp, universidade brasileira que mais cria
Isso acontece, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha, por dois motivos.

De um lado, há uma movimentação das universidades para inovar mais, registrar mais patentes e fazer parcerias com o setor produtivo.

Do outro, existe uma apatia do setor produtivo brasileiro, que, sozinho, desenvolve poucas novidades para o mercado consumidor.

"Fazer patentes é importante para a universidade", disse à Folha o reitor da Unicamp, Fernando Costa.

"Mas as universidades não podem carregar sozinhas o peso de ser as grandes patenteadoras do país."

Para ele, o problema é que as empresas brasileiras ficaram muito tempo protegidas pela garantia do mercado consumidor interno, já que a importação era dificultada. Por isso, elas não precisavam inovar para competir.

"Isso está mudando. Daqui a alguns anos, as empresas serão as grandes inovadoras do Brasil", diz Costa.

Isso não significa, porém, que a Unicamp quer perder o bonde. A ideia, diz o reitor, é ter cada vez mais pesquisas em parcerias com empresas.

A universidade está até construindo um parque tecnológico para abrigar laboratórios de empresas que queiram fazer pesquisa em parceria com seus pesquisadores.

As universidades do topo da lista no quesito inovação do RUF são aquelas que criaram recentemente escritórios, dentro do campus, voltados para o assunto.

A pioneira nisso é a UFMG, cuja coordenadoria voltada para inovação já tem 15 anos.

USP e Unicamp vieram depois, com suas agências de inovação criadas em 2003.

Esses escritórios, inspirados em modelos que existem há décadas nas grandes universidades dos EUA, têm profissionais especializados em escrever pedidos de patentes e em introduzi-las no mercado por meio de licenciamento a empresas.

No escritório da UFMG há cerca de 50 funcionários fazendo esse tipo de atividade. De acordo com o reitor da universidade, Clélio Campolina Diniz, eles são responsáveis pelo aumento no número de pedidos. Foram 75 no ano passado. Em 2001, eram 20.

VACINA E TÊNIS

Entre as patentes da UFMG comercializadas recentemente estão a de uma vacina contra leishmaniose e a de um tênis de alto rendimento. Na Unicamp, já foi licenciada até uma máquina para detectar combustível adulterado.

Hoje, pesquisadores brasileiros são avaliados por órgãos como a Capes e o CNPq apenas por sua produção científica (como a quantidade de artigos publicados). O número de patentes por docente não entra na conta, mas isso já foi cogitado.

"Universidades não devem ser avaliadas por patentes. É um erro. Quem tem de fazer inovação são as empresas", diz o físico e professor emérito da Unicamp Rogério Cezar de Cerqueira Leite.

Com BIANCA BIBIANO, colaboração para a Folha

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

USP lidera ranking das melhores universidades do Brasil

Fonte: Folha de São Paulo

as 10 melhores universidades
1º USP (SP)
2º UFMG (MG)
3º UFRJ (RJ)
4º UFRGS (RS)
5º Unicamp (SP)
6º Unesp (SP)
7º UFPR (PR)
8º UnB (DF)
9º UFSC (SC)
10º UFPE (PE)

Este caderno traz o primeiro ranking de universidades brasileiras, uma iniciativa de avaliação sistemática do ensino superior no país.

Ao longo de oito meses, a Folha levantou dados de publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de cientistas e profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking Universitário Folha).

Nele estão representadas 191 universidades -que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca pesquisa.

DESTAQUES

Dos quatro aspectos analisados na lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação, indicador que a Unicamp lidera.

Outro resultado que chama a atenção é a boa avaliação das escolas privadas pelas empresas. Entre as 15 instituições mais citadas como melhores por profissionais responsáveis por contratação, seis são pagas. Os cientistas têm visão diferente: só citaram uma particular, a PUC-Rio, entre as melhores.

Entre as dez primeiras universidades na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no Centro-Oeste e uma no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do Pará, aparece na 24ª colocação do ranking.

Informações como essas são importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão com defasagem.

Países como EUA, China, Alemanha, Bulgária, Cazaquistão e Vietnã já fazem rankings nacionais.

O Ministério da Educação brasileiro faz uma avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice Geral de Cursos).

A metodologia, porém, não prevê um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos. O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de pós-graduação.

Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica das instituições.

Obs do blogueiro: Destaque para as estaduais de São Paulo e para a UFPE.