Fonte: Portal Meio Norte
Uma tirinha usada na elaboração de uma questão da prova de Língua Portuguesa na seleção para o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) contém a ilustração que remete a uma cena de sexo oral. Candidatos, pais e professores relataram o incomodo com a imagem. A banca examinadora informou, em nota, que não viu a tirinha selecionada com “olhar pornográfico”, mas não explicou se o uso foi intencional ou equivocado.
O administrador Thiago Prago é pai de um candidato de 14 anos, considera a tirinha pornográfica e se diz indignado. “Cada pessoa absorve o conteúdo de uma forma. Tenho princípios nos quais não considero conveniente que a escola, onde gostaria que meu filho estudasse, use uma imagem dessa na prova de seleção", disse.
Para a professora de Geografia, Andrea Hackbart, a questão foi recebida com surpresa pelos alunos que participaram da seleção. ''Eles chegaram na escola achando a tirinha estranha, se questionaram se o objetivo era impactar ou se não houve intenção por parte da instituição de fazer essa publicação", conta a professora que trabalha em um curso preparatório, em São Mateus, na região Nordeste do Estado, voltado especialmente para a seleção do Ifes.
A professora ainda disse que a instituição deveria procurar fontes mais confiáveis. “Em especial, quando se exige a interpretação por parte do candidato", aponta.
Veja a resposta do Ifes
Quanto ao “Texto 02” da prova de Língua Portuguesa do Processo Seletivo para Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, realizado neste domingo (02), a Banca Elaboradora da prova esclarece que os quatro textos selecionados, bem como as questões de 1 a 15, abordavam estratégias publicitárias e mensagens textuais utilizadas pela propaganda, questionando a influência dessas. A Banca afirma que não viu a tirinha selecionada com “olhar pornográfico”, mas deteve-se no foco textual, que faz uma crítica a algumas abordagens realizadas pela Publicidade. Nas palavras da Banca Elaboradora, “o último quadro é uma sequência dos primeiros, que sugerem o tipo de leitura pretendido”.
A Gerência de Processos de Seleção do Ifes esclarece que as questões de prova dos processos seletivos são elaboradas por profissionais do quadro efetivo do Instituto, indicados pela coordenadoria (setor que reúne docentes de uma mesma área de conhecimento) responsável pela disciplina da prova em questão. Após a elaboração, as questões são encaminhadas à Gerência de Processos de Seleção apenas para formatação da prova, tendo em vista a necessidade de manter o conteúdo restrito ao menor número possível de servidores, para garantir o sigilo dado às provas até o momento de sua aplicação.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Analfabetismo ou letramento
Por Julio Abramczyk
Folha (versão net)
O nome parece novo, mas o problema é bem antigo. Agora, não é mais só a letra do médico a culpada pelo paciente não saber como tomar o remédio.
Letramento ou alfabetização em saúde está relacionada ao paciente ter capacidade, ou não, da leitura da receita e do entendimento sobre a sua doença, a partir de informações da equipe médica.
Artigo de revisão publicado no "Jornal Brasileiro de Nefrologia", por Luanda T.M. Santos e colaboradores, mostra que, para os doentes terem melhor entendimento sobre os cuidados com a saúde, haveria necessidade de assistência especial para esses doentes.
Com base no "Indicador de Alfabetismo Funcional", que avalia o letramento geral no Brasil, os autores referem que 27% dos brasileiros entre os 15 e 64 anos de idade são considerados analfabetos funcionais. Desses, 9% são analfabetos absolutos que não conseguem decodificar palavras e frases.
Para a área da nefrologia, estudos mostraram que o número de consultas com o nefrologista nos 12 meses anteriores ao início da terapia renal substitutiva não garantiu melhor conhecimento dos pacientes sobre as opções existentes para o tratamento da falência funcional dos rins.
Dessa forma, são as limitações dos pacientes em entender as informações básicas que comprometem o tratamento, o que deveria constituir um alerta para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Por isso, os autores destacam a necessidade de aumentar o conhecimento e o entendimento dos pacientes sobre a doença que os afeta melhorando a comunicação dos profissionais de saúde com esses doentes.
Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'., médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'.
Folha (versão net)
O nome parece novo, mas o problema é bem antigo. Agora, não é mais só a letra do médico a culpada pelo paciente não saber como tomar o remédio.
Letramento ou alfabetização em saúde está relacionada ao paciente ter capacidade, ou não, da leitura da receita e do entendimento sobre a sua doença, a partir de informações da equipe médica.
Artigo de revisão publicado no "Jornal Brasileiro de Nefrologia", por Luanda T.M. Santos e colaboradores, mostra que, para os doentes terem melhor entendimento sobre os cuidados com a saúde, haveria necessidade de assistência especial para esses doentes.
Com base no "Indicador de Alfabetismo Funcional", que avalia o letramento geral no Brasil, os autores referem que 27% dos brasileiros entre os 15 e 64 anos de idade são considerados analfabetos funcionais. Desses, 9% são analfabetos absolutos que não conseguem decodificar palavras e frases.
Para a área da nefrologia, estudos mostraram que o número de consultas com o nefrologista nos 12 meses anteriores ao início da terapia renal substitutiva não garantiu melhor conhecimento dos pacientes sobre as opções existentes para o tratamento da falência funcional dos rins.
Dessa forma, são as limitações dos pacientes em entender as informações básicas que comprometem o tratamento, o que deveria constituir um alerta para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Por isso, os autores destacam a necessidade de aumentar o conhecimento e o entendimento dos pacientes sobre a doença que os afeta melhorando a comunicação dos profissionais de saúde com esses doentes.
Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'., médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'.
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