sábado, 18 de agosto de 2012

"Facebook esta acabando com os segredos das pessoas", diz historiador

Fonte: veja online

Ex-empresário do Vale do Silício convertido em historiador, Andrew Keen é hoje um dos críticos mais ácidos do mundo digital. Em seu primeiro livro, O Culto do Amador (Jorge Zahar; 208 páginas; 39 reais), de 2009, o britânico de 51 anos denunciou o que chamou de "ditadura da ignorância" na web, difundida por narcisistas ávidos pelos holofotes digitais. Ganhou rapidamente desafetos, foi tachado de apocalíptico e ficou conhecido como o "anticristo da web”. Três anos depois, Keen volta à carga em novo livro. Seu alvo: Facebook, Twitter, Google+ e afins.

Keen desembarca ao Brasil na próxima semana para divulgar Vertigem Digital – Por que as redes sociais estão nos dividindo, diminuindo e desorientando (Jorge Zahar; 253 páginas; 45 reais). Nele, o historiador ataca o carimbo "social" das ferramentas e games on-line, critica a superexposição dos usuários e ironiza os entusiastas da "transparência" das redes citando o filósofo francês Jean Baudrillard: “A transparência é boa demais para ser verdade... o que há por trás deste mundo transparente?”.

O desencanto do britânico passa longe da tecnofobia. Keen está no Twitter, usa iPhone, iPad e MacBook, passa dez horas por dia na internet e checa obsessivamente seu e-mail. Seu alvo nunca foi a tecnologia. É o que chama de "era do exibicionismo", que estaria forjando uma "geração sem mistério". Em entrevista ao site de VEJA, Keen explica por quê.

O que há de errado com as redes sociais? Temo que a palavra "social" seja transformada em ideologia. Todas as últimas inovações digitais – de recursos musicais a soluções criativas – recebem obrigatoriamente o carimbo de social. Isso é preocupante. A internet deve sempre preservar a autonomia do indivíduo, atributo que não é respeitado por diversas plataformas. Os pensamentos originais só aparecerão quando as pessoas rejeitarem essa doutrina da multidão.

Recentemente, o empresário Biz Stone (um dos fundadores do Twitter) previu que o futuro será "social". Se isso for realmente verdade, é preocupante. Foi por esse motivo que escrevi meu segundo livro. Precisamos conquistar um espaço na web onde possamos nos proteger da multidão e desenvolver nossas próprias ideias. É preciso praticar mais a autocensura e limitar o número de publicações pessoais nas redes.

Em seu livro, o senhor diz que as pessoas estão abrindo mão de suas informações pessoais. Por quê? Vivemos a era do exibicionismo. Estamos desistindo dos nossos segredos. Chegamos ao mundo da transparência radical. Nossos perfis no Facebook, Twitter e Google+ são nossas vitrines. Hoje, riqueza corresponde a conectividade. Com esse comportamento extremamente narcísico, estamos virando marcas. Eu mesmo, por exemplo, sou o "anticristo da web".

Esta "marca" o incomoda? Não. É até agradável. Como um garoto judeu do norte de Londres, sempre cultivei a ambição de me tornar o anticristo de algo historicamente relevante. O que poderia ser mais significativo do que o Vale do Silício?

As redes sociais podem realmente acabar com os segredos das pessoas? Conseguimos saber os gostos e os anseios das pessoas só visitando seus perfis nessas redes. Podemos ter uma geração de pessoas sem mistérios. Meu conselho aos usuários da rede é mentir. Eu mesmo nunca digo a verdade em meu perfil no microblog. Se você me segue no Twitter, confesso: não terá condições de saber muitas coisas sobre mim.

O senhor se considera pessimista? Eu sempre fui uma pessoa otimista, mas não vivo de sonhos. Aponto os problemas das redes sociais. Não significa que eu seja avesso à tecnologia. Uso a internet diariamente por dez horas, tenho iPhone, iPad e Macbook e sou obcecado por e-mail. Tenho mais de 20.000 seguidores e reconheço: o século XXI será a era da internet. Só não tenho Facebook.

Por quê? Essa rede não é confiável. Ela apresenta um modelo de negócio nada desprezível, com a exposição de dados pessoais, como nome, cidade, idade, gênero, atividades, amigos mais próximos. Seus usuários não são clientes, mas produtos. É uma armadilha compartilhar informações nesse tipo de plataforma. Quanto mais você compartilha, mais a rede sabe sobre você, e mais você se transforma em um produto. O filósofo francês Michel Foucault estava certo: a visibilidade é uma armadilha.

Qual é o futuro do conhecimento na internet? O conhecimento será restrito e estará presente em ambientes fechados com sistemas de pagamento, como o do The New York Times, onde sei que a informação é confiável. Ambientes digitais em que exista livre acesso de distribuição e compartilhamento de conteúdo como a Wikipédia ficarão comprometidos. A elite (pessoas como eu) sempre terá acesso às informações mais confiáveis, mas as massas vão se submeter à 'ditadura da ignorância'. É como voltar à Idade Média – e isso não é uma perspectiva muito atraente.

Fonte: Veja Online

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

THE: 160 anos

Parabéns THE,

para comemorar o dia de THE, fiz um desafio pessoal: enquanto cidadão, como sugerir uma mudança positiva para a cidade ser melhor ainda? Então, aí vai uma singela dica...

Sistema de Transporte Público de THE

1)Dentro dos ônibus, os passageiros deveriam ter acesso aos horários de saída dos ônibus. Esses dados podem ser também disponibilizados na internet...

2)Os ônibus deveriam ter na lateral o nome das principais vias em que trafega!!! Observem abaixo as letras próximas da porta da frente, do lado esquerdo...


Imagem: www.ecodesenvolvimento.org/

3)As cores, os ônibus deveriam ser padronizados. Os bus que fazem o trajeto bairro-centro-bairro poderiam ter uma cor somente, exemplo, cor AZUL.


Imagem: www.meutransporte.blogspot.com.br/

4)As paradas de ônibus deveriam ter placas com o número do ônibus. Assim, o motorista deveria necessariamente parar nesse ponto. Observem a placa com várias cores diferentes...e com números...


Imagem: www.skyscrapercity.com/

Essas medidas são fáceis de fazer e de baixo custo...Todas os itens enumerados já existem na capital mineira, Belo Horizonte, desde a década de 1990, pelo menos...um abraço.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Heródoto, "pai" da história ou dos historiadores?

Por Clayton Ribeiro

Três mil anos antes da existência de Jesus Cristo, reis egípcios já deixavam registros relativos aos fatos mais importantes de suas vidas e dos seus antepassados, assim como de suas famílias reais (dinastias), nascia a história. Ou seja, a história surge como uma narrativa oficial, tendenciosa aos donos do poder.


Imagem de Heródoto de Halicarnasso, retirada do blog: www.equipe01ftcead.blogspot.com.br/

Porém, na Grécia antiga alguns pensadores começam a estudar a história de modo independente, sem ligação ou benesses do Estado, temos o historiador. O primeiro historiador que se conhece a obra é o grego Heródoto de Halicarnasso (485-420); em decorrência disso, ficou conhecido como o "pai da história". Ele nos trouxe o famoso dito: "o Egito é uma dádiva do Nilo", entre outras coisas. As "Histórias", título da única obra de Heródoto que não se perdeu no tempo, mostram a história das origens da cultura grega, egípcia e persa, além de outras civilizações menores.


Cidade de Atenas, imagem: www.guiageo-grecia.com/

A palavra historiador vem de "hístor", testemunha. Entre os gregos, quando ocorria uma disputa judicial entre duas partes, a testemunha ocular, se houvesse, era chamada a contar sua versão dos fatos, pois em tese, não era tendenciosa. Assim, na essência da palavra, o historiador é aquele que declara um testemunho não tendencioso e independente dos fatos, sejam eles do passado ou do presente!!!

O método usado pelos historiadores do período herodotiano era o da autópsia ("eu vi", "eu vejo", em grego), ou seja, da pesquisa de campo. O pesquisador deve ir atrás das informações e avaliá-las "in loco". Outro método, menos confiável, era do "autékoo", "eu ouço", em que o historiador entrevistava pessoas conhecedoras da história e que tinham condutas probas, corretas. Desse modo, o historiador construía sua narrativa por meio da visão ("ópsis") e da audição ("autékoo"), em seguida, refletia ("gnóme") sobre as informações colhidas ("historíe").

Em síntese, Heródoto deveria ser chamado "pai dos historiadores" e não da história propriamente dita.

Bibliografia sugerida: HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1999.

domingo, 12 de agosto de 2012

O Brasil na Olimpíada

Por Emanoel Richardson

Parte II

E de repente chega “o PAN” e o Brasil ganha muitas medalhas, pois em nível continental é realmente muito competitivo entre seus vizinhos da America Latina. E o show de medalhas é potencializado pela imprensa num oba-oba que ilude o público, acostumado a sempre esperar ver o Brasil campeão do futebol.

E no ano seguinte chega a Olimpíada (e não “as olimpíadas” como grande parte da mídia erroneamente chama). E aí vem as “decepções”.

Os “torcedores” geralmente ignorantes sobre os demais esportes, não espera nada além do ouro e ficam à mercê das ilusões vendidas pela imprensa, que por desconhecimento e falta do dever de casa, espera uma chuva de medalhas. E isso numa sucessão de erros, narradores e alguns comentaristas que não conhecem o objeto e cometem erros grosseiros, e só confundem o público. E o brasileiro decepciona, e a brasileira “amarela”, e os comentários não informam nada. E o público, adestrado em projetar suas frustrações no sucesso ou derrota de “heróis” da mídia, de repente se tornam especialistas sem saber do que falam.

Ora, em todos os esportes existem os fracassos e as derrotas, até as inesperadas. Só nessa primeira semana de jogos eu contabilizei 6 candidatos a medalha americanos que fracassaram e outros quatro britânicos, contra, vamos dizer três brasileiros. A diferença é que eles têm 20, 30 candidatos à medalha enquanto o Brasil tem esses três!
E festa por que a Olimpíada em 2016 será no Rio de Janeiro! E daqui a quatro anos será a mesma coisa. O Brasil vai continuar ganhando em torno de 15 medalhas, vão continuar acontecendo as “decepções”. Nesse caso maiores por que estaremos “em casa”. E nem adianta se num milagre o Brasil começar a fazer o dever de casa, pois são necessário pelo menos 8 anos pra se fazer um atleta olímpico. Os possíveis medalhistas brasileiros já estão aí, no mínimo com 17, 18 anos. Pelo menos cuidemos deles.