Por Clayton Ribeiro
Três mil anos antes da existência de Jesus Cristo, reis egípcios já deixavam registros relativos aos fatos mais importantes de suas vidas e dos seus antepassados, assim como de suas famílias reais (dinastias), nascia a história. Ou seja, a história surge como uma narrativa oficial, tendenciosa aos donos do poder.
Imagem de Heródoto de Halicarnasso, retirada do blog: www.equipe01ftcead.blogspot.com.br/
Porém, na Grécia antiga alguns pensadores começam a estudar a história de modo independente, sem ligação ou benesses do Estado, temos o historiador. O primeiro historiador que se conhece a obra é o grego Heródoto de Halicarnasso (485-420); em decorrência disso, ficou conhecido como o "pai da história". Ele nos trouxe o famoso dito: "o Egito é uma dádiva do Nilo", entre outras coisas. As "Histórias", título da única obra de Heródoto que não se perdeu no tempo, mostram a história das origens da cultura grega, egípcia e persa, além de outras civilizações menores.
Cidade de Atenas, imagem: www.guiageo-grecia.com/
A palavra historiador vem de "hístor", testemunha. Entre os gregos, quando ocorria uma disputa judicial entre duas partes, a testemunha ocular, se houvesse, era chamada a contar sua versão dos fatos, pois em tese, não era tendenciosa. Assim, na essência da palavra, o historiador é aquele que declara um testemunho não tendencioso e independente dos fatos, sejam eles do passado ou do presente!!!
O método usado pelos historiadores do período herodotiano era o da autópsia ("eu vi", "eu vejo", em grego), ou seja, da pesquisa de campo. O pesquisador deve ir atrás das informações e avaliá-las "in loco". Outro método, menos confiável, era do "autékoo", "eu ouço", em que o historiador entrevistava pessoas conhecedoras da história e que tinham condutas probas, corretas. Desse modo, o historiador construía sua narrativa por meio da visão ("ópsis") e da audição ("autékoo"), em seguida, refletia ("gnóme") sobre as informações colhidas ("historíe").
Em síntese, Heródoto deveria ser chamado "pai dos historiadores" e não da história propriamente dita.
Bibliografia sugerida: HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1999.
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